Na sexta-feira passada, 19.06.15, estiveram
reunidos no Salão do Ministério Público Estadual (MPE) de São José do Norte/RS
integrantes de comunidades tradicionais, representantes do poder público, de
organizações não-governamentais e da Universidade Federal do Rio Grande (FURG),
assim como pessoas interessadas nas discussões ambientais do município e
região, participando do Fórum de Comunidades Tradicionais, organizado pela
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, dentro da programação do chamando Junho
Ambiental.
Durante os depoimentos e rodadas de debates,
ficou clara a posição das Comunidades frente ao avanço atual dos interesses de
grandes empreendimentos impactantes/poluidores em seus territórios, ameaçando
seus modos de vida tradicionais e a integridade dos mesmos, para as atuais e
futuras gerações de nortenses. A preocupação, especificamente com a instalação
das atividades da mineradora RGM, chamado Projeto Retiro, dos membros das
comunidades foi a carência dos princípios de justiça ambiental, desconsiderando
a posição dos habitantes locais como fator relevante para a instalação da obra
e/ou atividade econômica.
A preocupação com a sustentabilidade da
restinga embasou os depoimentos da representante do Grupo Agroecológico
Nortense, que leu um manifesto repudiando tal atividade mineradora, como sendo
totalmente avesso às práticas agroecológicas propostas pelo grupo, da
comunidade dos Quilombolas do Capão do Meio, da Comunidade e Associação do
Retiro (diretamente afetada durante o início da exploração do minério), da
Associação de Pescadores e Agricultores Raízes da Terra do Retovado, da
Associação dos Agricultores do São Caetano, da Associação dos Agricultores do
Tesoureiro e da Colônia de Pescadores Z2.
Das discussões realizadas salientou-se a
necessidade do Executivo Municipal reiterar oficialmente seu apoio ao posicionamento
das comunidades do município em recusa à mineradora, defendendo o presente e o
futuro dos grupos tradicionais nortenses, suas atividades e sustentabilidade,
bem como que se realizem atividades que estimulem a permanência e reprodução
das práticas desses grupos do interior.
Os resultados, considerados positivos por todos
presentes, apontaram para a necessidade da realização de outros encontros neste
sentido e para a redação de um documento conjunto assinado pelas comunidades
tradicionais, instituições e pessoas que apoiam o movimento ecológico, bem como
pelo Executivo municipal.
Ainda estiveram presentes e colaborando com as
discussões Luciano Mello, oceanólogo e especialista em comunidades
tradicionais, Raizza Lopes e Gianpaolo Adomilli representando a FURG, e
representantes da Emater.
Fonte: http://ongcea.eco.br/?p=41857
Fonte: http://ongcea.eco.br/?p=41857
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