Relatório de Impacto Ambiental da Rio Grande Mineração S.A. (Projeto Retiro)

Analise criticamente as notícias divulgadas, acesse o Cadastro de Ocorrências no site do IBAMA (http://www.ibama.gov.br/cadastro-ocorrencias) e manifeste sua posição sobre a atuação da Rio Grande Mineração S.A. em São José do Norte-RS.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

CRIMES AMBIENTAIS CONTINUADOS
DESERTOS PLANTADOS

O nexo causal entre as MATAS DE PINUS e o ÊXODO POPULACIONAL RURAL é evidente. Enormes contingentes populacionais deslocaram-se, principalmente para as áreas periféricas da cidade, com consequências que estão à mostra, fugindo dos desertos verdes que, ainda hoje, proliferam-se plantados e desordenadamente. 
 Sem estrada facilmente transitável, sem energia elétrica, as matas sendo plantadas por todo o lado, a cebolicultura em baixa, escolas sendo fechadas... quer dizer, instalaram um sistema que durante certo tempo, expulsou fortemente o povo agricultor dos campos.
Percebe-se que matas foram plantadas calculadamente para os ventos espalharem sementes contaminando as terras adjacentes. Nos matagais exóticos assim “surgidos” as máquinas abriam estradas e isso já “formalizava” novas plantações. Por incrível que possa parecer, até agora estão plantando pinus clandestinamente, apesar das Leis, dos Órgãos responsáveis.
Os prejuízos ambientais das silviculturas, “a olhos leigos” são calamitosos e aguardam estudos sérios e profundos de especialistas para serem traduzidos cientificamente. Além da questão social/econômica dramática, como é o êxodo rural a problemática das ÁGUAS de superfície e subterrâneas, esgotadas ou contaminadas. O extermínio/expulsão da FAUNA e FLORA NATIVAS. O fim de toda a vida onde as matas desenvolvem-se é algo impactante... milhares e milhares de hectares com pinus e palha... vazios, silenciosos, mortos.
Perto de Torres Comunidades de Índios Guaranis, inclusive com recursos estrangeiros, lutam arduamente a fim de recuperarem cerca de oitenta hectares de terras DESERTIFICADAS pelas plantações de espécies exóticas. Imaginem os valores para restaurar todos os campos de SJN ocupados com pinus, pelas Leis vigentes, cabe aos proprietários segundo o princípio POLUIDOR-PAGADOR.
Diante da urgência e gravidade dos fatos as autoridades pertinentes devem tomar as decisões que, no mínimo, indiquem um possível FUTURO RESTAURADOR.

PANS & ZANS
Zeladores & Protetoras Ambientais Nortenses. SJN- set. de 2016

sábado, 17 de setembro de 2016

O IDEAL INDUSTRIALISTA E A DILAPIDAÇÃO DA BOA E VELHA SÃO JOSÉ DO NORTE
Sabemos a importância da indústria no mundo atual e não é possível negar isto, o que é questionável é a forma na qual é planejada e gerida, que está debruçada na lógica da destruição e do lucro imediato, custe o que custar, processo este que já deu mostras aqui na região de que não é sustentável, demagogicamente falam em empregos, mas também já é visto que o capital quando se interessa por uma região não se compromete em ficar para sempre.
O ideal industrialista exaltado como redenção tornou-se senso comum no meio político e a sociedade organizada, não se vê contraponto, apesar de ele existir quase que imperceptivelmente, São José do Norte já perdeu sua maior característica que é a tranquilidade e o que era para “desenvolver” até agora não “desenvolveu” e provavelmente continuará assim, possivelmente irá piorar.
São José do Norte em seus tempos áureos produzia alimentos não dependia de indústrias sujas, de monoculturas de desertos verdes, de minerações a céu aberto e etc.; os formadores de opinião, os menestréis do industrialismo, sempre rotularam qualquer ponto de vista divergente ou de defesa do patrimônio natural como inimigos de São José do Norte, “os que não querem o progresso” defendendo assim os interesses dos entreguistas, oportunistas, imperialistas...
As verdadeiras fontes de riqueza, prosperidade e identidade de um povo estão ligadas a terra, o que se vê são comunidades enfraquecidas, falta de políticas para a fixação das populações do campo, o medo do desemprego e da violência frutos deste processo.
Assim são as gestões que a população elege, será que sabem? A quem foi ensinado refletir sobre a lógica do sistema e seus agentes? Fica então uma pergunta no ar para os nossos políticos: DEPOIS DA SILVICULTURA, DEPOIS DO POLO NAVAL ESTABELECIDO, DEPOIS DA MINERAÇÃO E OUTROS, O QUE RESTARÁ??

                                                                                                                                                
TEMOS QUE NOS OPOR A QUALQUER FORMA DE EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NÃO RENOVÁVEIS
Zeladores & Protetoras 
Ambiental Nortenses

sábado, 10 de setembro de 2016

A dança das cadeiras (As eleições)

São José do Norte sempre esteve nas mãos de pessoas que desconsideram as gerações futuras, pensam somente no momento, logo pensam somente em si, em suas próprias biografias, vivem a pleitear a entrega do território ao voraz capitalismo, é uma correria para ver quem vira nome de rua ou placa em menção ao “grande feito” (pois se acham heróis), nem que seja em detrimento do futuro dos próprios filhos (e também dos filhos dos outros). Para estes políticos tanto faz se o município será engolido por monoculturas de pinus, por terríveis crateras provocadas por mineração a céu aberto, ter nossas águas e o ar comprometidos com as fazes da celulose e outros...  Tudo o que não é aceito em legislações ambientais que se prezem, pois estes não acreditam numa lei de causa e efeito, implementam uma política espúria e cínica, cheias de maquiagem, como se o município não tivesse potencialidades para uma auto-sustentabilidade. AQUI EM SÃO JOSÉ DO NORTE NÃO SE VÊ DEBATE POLÍTICO, O QUE SE VÊ É DANÇA DAS CADEIRAS!

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

CHORANDO E APRENDENDO COM MARIANA
Luiz Freitas da Conceição*
      Motivos para chorar há!
   Morreram sufocados, soterrados, amassados, dilacerados gentes, bichos, plantas. Trabalhadores, moradores, animais domésticos, fauna e flora, todos na trajetória do lodo, da imprevidência, do descaso, na trajetória da ganância, do lucro fácil...
      Acabaram com tudo, até com a sagrada e cada vez mais preciosa água potável. O rio de doce/piscoso a amargo/venenoso num piscar... ou fechar de olhos dos responsáveis? Pois estavam cientificamente calculados, devidamente licenciados, perícias, laudos garantiam... agora os pesadelos, gritos, turbilhões de lama contaminados, insônias e lembranças, lágrimas e arrependimentos, saudades...
      Minerar será permissão para assassinar nosso Meio Ambiente (rico, frágil, original e já muito agredido com plantações de pinus), assassinar a Agricultura Familiar, a Pesca Artesanal, o Potencial Turístico, enfim, é acabar com o modo de vida da população nortense, seu ritmo, cultura... assassinar a nós todos, aos poucos, nos tirando qualidade de vida.
     Colocar empreendimento que carregue, em sua essência, alto risco à integridade individual e/ou coletiva, no seio de comunidades de agricultores e pescadores é CRIME DE LESA PÁTRIA.
     Comunidades esclarecidas não caem em “canto de sereia” de empreendedores e aliados que, através de projetos com enorme nível de agressão ambiental, oferecem “salvação” escondendo os perigos, os danos, as desvantagens.
Mineradora em São José do Norte é atraso, é andar contrário ao movimento planetário de PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS AMBIENTAIS, pois já estamos frente a calamidades que iniciam uma série de transformações climáticas-ambientais, que levarão a caminhos ainda não conhecidos.
      A palavra de ordem é PRESERVAR, exploração possível somente com SUSTENTABILIDADE, que não é o caso de mineração a céu aberto. Mariana com sua tragédia trouxe à luz métodos, práticas, irresponsabilidades, ética de um segmento que não tem exemplo a mostrar de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
    Defender os recursos naturais e a nossa terra: eis a lição que devemos aprender com a destruição em mariana.

*Professor de História


Síntese esquemática da economia nortense

Síntese esquemática da economia nortense

In Dubio Pro Natura

In Dubio Pro Natura

Mineração II- I

Mineração II- I

Mineração II- II

Mineração II- II