Relatório de Impacto Ambiental da Rio Grande Mineração S.A. (Projeto Retiro)

Analise criticamente as notícias divulgadas, acesse o Cadastro de Ocorrências no site do IBAMA (http://www.ibama.gov.br/cadastro-ocorrencias) e manifeste sua posição sobre a atuação da Rio Grande Mineração S.A. em São José do Norte-RS.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Notícias de São José do Norte sobre a mineração

Projeto de mineração pauta reunião entre Executivo e investidores

O andamento do processo de licenciamento ambiental do projeto de extração mineral previsto para São José do Norte foi pauta de reunião entre o prefeito Jorge Madruga e o presidente da empresa Rio Grande Mineração (RGM), Luiz Augusto Bizzi, na tarde de ontem (25/11/2015).
Durante a conversa, que contou com a participação dos secretários de Administração (SMA), Coordenação e Planejamento (SMCP), Fazenda (SMF), Meio Ambiente (SMMA) e dos técnicos da RGM, Ricardo Flores e Aureliano Nóbrega, foram destacados alguns aspectos do projeto, como a diversificação da economia local, a solidez e a sustentabilidade do investimento, cuja vida útil estimada é de 40 anos – o que poderia equilibrar os chamados períodos de “ressaca” na economia.
 O prefeito Jorge Madruga colocou-se à disposição da empresa para subsidiar com informações relacionadas ao licenciamento, e falou sobre o trabalho do Executivo na atração de investimentos também na energia eólica e no setor moveleiro. Já o titular da SMA, Danúbio Roig, salientou o trabalho da Comissão Especial para alavancar a arrecadação do Município.
A análise de técnicos do Ibama no local designado para o empreendimento foi realizada ontem e aumentou a expectativa pela emissão da Licença Prévia (LP). De acordo com Bizzi, a RGM mantém firme o propósito de se instalar aqui, pois acredita que poderá contribuir para o desenvolvimento sustentável de São José do Norte. E garantiu que “com a emissão da LP, a empresa retomará as atividades em pleno vapor”.

Quais os interesses que interessam?

Por Caio Floriano dos Santos – Cidadão Brasileiro. Pesquisador do Observatório dos Conflitos do Extremo Sul do Brasil (FURG).

Faz alguns meses li a manifestação intitulada “Eu vi o horror e vos acuso!”, da Profa. Andréa Zhouri (GESTA/UFMG), sobre o “simulacro de democracia” realizado para a concessão da Licença de Operação “para a criminosa empresa mineradora da África do Sul, Anglo American”. Ao ler o texto fiquei chocado e impactado, apesar de considerar as Audiências Públicas um “circo” onde o “espetáculo” já tem um roteiro e um final previsível que é a concessão das licenças ambientais, salve algumas exceções.

Porém, após participar das Audiências Públicas (03 e 04/12/2014 nos municípios de Rio Grande e São José do Norte/RS, respectivamente) para a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental – EIA do Projeto Retiro (Exploração de Titânio e Zircônio), da empresa Rio Grande Mineração – RGM, no município de São José do Norte/RS, o texto fez ainda mais sentido. Principalmente pelo “ritual macabro de tortura psicológica e emocional”, onde o que estava em discussão não era a análise do projeto e seus reais impactos sobre a vida daquelas comunidades, mas sim apenas um jogo de cena entre diversos interesses econômicos para o mesmo território, por mais que aquela população gritasse e se posicionasse contra.
O que se viu foram cenas de total desrespeito com a população que se fazia presente buscando se manifestar, muitos não queriam saber dos interesses e as brigas travadas entre diferentes projetos econômicos (reflorestamento de Pinus (já consolidado no município), Mineração (Titânio e Zircônio) e Projetos Eólicos), mas apenas saber qual seriam os impactos sobre as suas terras e suas pequenas lavouras, muitas delas para subsistência como relatado. Mas por qual motivo deveria o Estado se preocupar com isso, não é mesmo?

Mas, certamente, um dos fatos que mais me impressionou foi a “arrogância do saber”, onde os títulos acadêmicos (o saber como poder para poder falar) eram usados a todo momento para desqualificar as manifestação contrárias ao projeto de mineração, colocando aquele saber empregado para a elaboração do EIA como único e consolidado, ou seja, o saber técnico-científico como uma verdade absoluta. Desqualificação essa que contou com a anuência do IBAMA ao não repreender o empreendedor e sua consultoria, não cumprindo com sua função naquela Audiência Pública. Esse tipo de situação chegou a ser repreendida pela Procuradora Federal da República, Anelise Becker, durante a primeira Audiência, lembrando ao representante do IBAMA (presidente das Audiências) que deveria cumprir seu papel de mediador e evitar qualquer desrespeito por parte do empreendedor com os presentes,  mas pouco pareceu adiantar.

Isso fez com que a população continuasse “escanteada” no seu direito de manifestação, restringindo suas falas e a exposição do seu conhecimento sobre a localidade, mas certamente essa arrogância não conseguiu calar totalmente a população presente, que da sua forma deixou claro todos os problemas e impactos socioambientais negativos do projeto, e gritou ainda mais alto para que se reconheça o direito de permanecer em suas terras e a garantia do seu modo de vida.

A pergunta que fica é: Quem garantirá o direito dessa população de permanecer em suas terras e manter seus modos de vida? O certo é que outras lutas ainda estão por vir e há ainda muito o que se gritar!

Texto disponível em: http://ongcea.eco.br/?p=41317

Publicado em 3 de mar de 2015
No Paralelo 30 dessa sexta-feira (27.02) iremos conversar sobre a instalação de empresa de mineração no município de São José do Norte para a extração de zircônio e titânio. O projeto tem sido motivo de muita discussão, principalmente no que toca o caráter do impacto ambiental do empreendimento. Procuraremos abordar a visão dos moradores sobre o empreendimento, e como isto afeta a vida daqueles que vivem na região.
No estúdio: Cleberson Milao e Raizza Lopes
Acompanhe o Paralelo 30 - Aptafurg !!!
De segunda a sexta às 11h na 106,7 FURG FM!
Paralelo 30, mais que um programa de rádio, um espaço para debater e expressar opiniões!
Apoio cultural: Aptafurg Sindicato
ABAIXO AO PROJETO DE MINERAÇÃO DENOMINADO "PROJETO RETIRO" 
FORA RGM (Rio Grande Mineração S.A.)

Síntese esquemática da economia nortense

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In Dubio Pro Natura

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Mineração II- I

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Mineração II- II

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